Entrevista com a Missionária Rose Mari Rodrigues

Nascida no estado de São Paulo, precisamente na cidade de Santo Anastácio, Rose Mari Pereira Nunes Rodrigues, conhecida como missionária Rose dos Gideões, viveu em sua infância experiências que macularam sua caminhada, pois fora criada na feitiçaria, tendo sido consagrada a Satanás em um quarto, onde ficou com os olhos vendados e no escuro durante alguns dias.

Aos 27 anos, quando passeava na cidade de Curitiba, foi alvo da intercessão de alguns irmãos. No culto em que fora convidada a participar, após o apelo, aceitou a Cristo. O testemunho desta mulher que enfrentou inúmeras lutas no campo missionário, e que hoje se recupera fisicamente em nossa base missionária em Camboriú, certamente irá falar profundo em seu coração.

Em entrevista, Rose fala sobre as lutas, as dificuldades, os desafios e as realizações em exercer seu papel como missionária.

Há quanto tempo você está nos Gideões?
Rose – Eu trabalho nos Gideões há 21 anos. Agradeço a Deus pela vida do Pr. Cesino, pois ele acreditou em minha chamada me enviando para o campo missionário.

Quais as maiores dificuldades do campo missionário?
Rose – A maior dificuldade é a adaptação cultural, pois há uma variedade de costumes diferenciados em cada canto do país, de forma que só mesmo com a convivência do dia a dia para assimilarmos estes novos costumes.

Conte alguma experiência que marcou sua vida.
Rose – Quando viajava num barco no alto do Rio Negro, Amazonas, a caminho da fronteira da Venezuela para o Brasil, próximo às cinco horas da manhã, o barco subiu em uma pedra, houve gritos de desespero, crianças assustadas, mas o comandante gritou, pedindo que todos se calassem.

O medo era terrível, pois eu sabia que o barco estava indo a pique, estava muito carregado. Naquela hora arrumaram duas canoas para descer o povo sobre as pedras, mas dobrei meus joelhos e orei a Deus pedindo que elevasse o nível das águas, só assim para o barco desencalhar.

Naquele mesmo momento ouvi um grito: “Fiquem em seus lugares”. O barco foi saindo de cima das pedras, e o povo dizia: “Foi Deus quem respondeu sua oração”.

Vale a pena fazer a obra em meio a tanta dificuldade?
Rose – Sim, é gratificante atender o “Ide” do Senhor. Não importa o que vamos passar. Salmos 126.6 nos diz: “Aquele que leva a preciosa semente andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria trazendo consigo os seus molhos”. É difícil, árduo, muitas vezes as forças se acabam, mas o Senhor nos fortalece, ajuda, e por isso prosseguimos evangelizando no campo missionário.